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O que fazer quando Deus fica em Silêncio? Jo 1:1-14

Deus, em silêncio?

Por que sofremos? Esta questão intriga a humanidade ao longo dos anos. 

Buscam-se respostas, mas as que são dadas não confortam o suficiente no momento da dor. Buscam-se culpados para descarregar toda a dor; quando não os encontramos, Deus torna-se responsável. Diante da falta de palavras o silêncio é a maneira de assimilar a dor e seguir a caminhada. 

Mas como seguir sabendo que dor e sofrimento são possibilidades eminentes? 

Por que as vezes o silêncio de Deus  permanece diante do sofrimento? 

Em um primeiro momento parece ser uma questão ousada, porque sugere uma afronta a Deus e dúvidas a respeito de seu amor pela humanidade. A intenção não é essa.

O silêncio é a mola propulsora da questão que relaciona Deus e o sofrimento humano. 

Diante da realidade apresentada e dos desafios propostos surge a questão do silêncio. 

O que é silêncio? 

O silêncio não significa ausência; é uma forma de comunicação, que ao ser descoberta por nós muda nossa maneira de relacionar-se com Deus. O silêncio é um grito tão forte que ensurdece, paralisa as pessoas que o escutam. Silenciar não denota imobilidade, ele é a ação de calar-se diante de uma realidade. 

Será que Deus se silencia diante da dor? 

A partir da Palavra de Deus conhecemos quem ele é, podemos ser orientados por ele. 

O que Deus nos fala com o silêncio? O silêncio diante do sofrimento demonstra que ainda esperamos? Um conhecer um pouco mais a Deus? 

O silêncio é um mistério; desconhecemos qual é a Palavra. Estabelecemos aqui uma nova relação: silêncio e palavra. Através da Palavra conhecemos a Deus e sabemos que existe um silêncio. “No principio era a Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. (...) E o Verbo se fez carne e habitou entre nós (...)” (JO 1:1-14) No princípio a Palavra estava com o Pai, logo era silêncio. Ela torna-se carne, comunica-se a partir do Filho. Silêncio e Palavra são ao mesmo tempo um, e diversos. 

A força está na fé e se estabelece uma relação entre Pai e Filho, aqui também se estabelece uma relação entre Palavra e Silêncio. 

O Encontro entre Silêncio e Palavra é o Espírito Santo. 

Nele está presente o Pai e o Filho, o Silêncio e a Palavra. A mesma relação que estabelece Deus, Jesus e Espirito Santo, estabelece entre Silêncio, Palavra e Encontro. Onde os três são um e um são três. 

O revelar-se de Deus é um ato livre e gratuito de sua auto comunicação, onde é necessário preservar e comunicar. O Pai é identificado com o Silêncio, sua comunicação se dá através do Filho que é a Palavra. 

Essa relação é, ao mesmo tempo, união e distinção. União, porque por meio da Palavra chega-se ao Silêncio. Distinção, porque o Silêncio nem todo é Palavra. 

Falar da relação entre Palavra e Silêncio é, afirmar que falar de Cristo é calar e calar sobre Cristo significa falar. Quando a Palavra é Silêncio, ela é adoração do mistério e quando fala, ela é sempre, ao mesmo tempo, incompleta, revolucionária e inesperada.

O que fazer quando achamos que Deus está em Silêncio?
by Pixabay


A Palavra de Deus diante do sofrimento humano se dá através do Filho. 

Sabemos que Deus é Silêncio, portanto nunca abandona. Pois o silêncio não significa ausência, mas uma presença ativa. Ao recordar a Palavra que provém do Silêncio, lembramo-nos do Prólogo de João: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. (...) E o Verbo se fez carne e habitou entre nós; e nós vimos sua glória” (Jo 1:1-14)

Nele distinguimos três aspectos importantes relacionados à Palavra: o “Verbo”; a “carne” e o “se fez”.  O primeiro relaciona-se a natureza divina do Filho. O Verbo é pronunciado pelo Silêncio. O segundo, a carne, remete ao aspecto humano, sua natureza humana. Por fim o “se fez” revela identidade e semelhança. 

O Silêncio se tornou Palavra que é divina e humana. Deus, ao se tornar Palavra, faz História e dá-se a conhecer. Relembrar essa caminhada nos auxilia a encontrar pistas as respostas que procuramos sobre o sofrimento e a dor. “Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora aos Pais pelos profetas; agora, nestes dias que são os últimos, falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e pelo qual fez os séculos.” (Hb 1:1-2). Deus vai falar com você. 

Por Danielle De Paula Torres 




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Autor: Ronaldo G. Silva é Bacharel em Teologia e Professor de Homilética sendo Pós-Graduado em Educação pela UFF. Entusiasta do trabalho de evangelização e divulgação da Palavra de Deus.
 

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