Estudo Bíblico sobre Discernimento
O discernimento é um meio pelo qual as pessoas de fé chegam a compreender a vontade de Deus através da Palavra. É um processo pelo qual os crentes vivem a presença de Deus, buscam a orientação de Deus na Palavra, e ouvem o chamado de Deus. Isso conduz ao caminho da justiça. Provérbios 8:20
O discernimento é a capacidade de distinguir entre as coisas. A palavra hebraica binah é a capacidade de estabelecer um espaço entre escolhas, de distinguir entre as coisas, para ver diferenças e distinções. Para os cristãos, é fundamental discernirmos entre: bome mau, sábio e tolo, certo e errado.
O discernimento espiritual é o meio pelo qual reconhecemos o que Deus está fazendo e o que Deus deseja; ver uma situação da perspectiva de Deus; ouvir o Espírito Santo que ora dentro e entre nós; e ouvir e obedecer a voz de Deus. O objetivo é reconhecer quando “pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (At 15, 28).
Características do discernimento espiritual- Lucas 2:40, Tiago 3:17
- Desenvolvimento de caráter e atitudes piedosas - Gálatas 5:16, 22-23
- Ele está crescendo na graça - Lucas 2:40, II Pedro 3:18
- Ele tem a atitude de discípulo - Lucas 2:46
- Avançado no conhecimento de Deus - I João 2:13
- Conhece o Deus da Palavra, bem como a Palavra de Deus- Tito 1: 9
O Discernimento Espiritual nos revela Jesus
No discernimento, precisamos que o Espírito nos revele Jesus, porque só contemplando-o é que o Pai nos revelará sua vontade para nós. Somente contemplando Jesus será possível a escolha de acordo com a vontade de Deus. O nosso discernimento será sempre um discernimento de Jesus,ou seja: do desejo e da vivência de nosso seguimento e identificação com Eleque fez da sua existência um cumprimento da vontade do Pai (cf. Jo 4, 31-34). Isso é sobre tentar viver “com Ele e como Ele” – ser profundamente tocado por Ele, apegado aos seus valores, suas atitudes, suas preferências
Devemos buscar o discernimento na Palavra de Deus. 1 Reis 3: 5-14
O discernimento é fundamental na busca espiritual da vontade divina em cada situação que enfrentamos no cotidiano. Paulo usa o verbo δοκιμάζειν principalmente como “interpretação” (ἐπιγινώσκειν) e “teste” (πειράζειν; 2Co 6:9; 1Cor 3:13) a si mesmo (1 Cor 11:28; 2 Cor 13:5; Gl 6:4) e outros (Rm 2:18;Fil 1:10; 1 Ts 5:21.
Leia a Palavra. É uma ferramenta ativa em nosso discernimento. Haverá sempre uma palavra das Escrituras sobre o assunto que procuras, especialmente uma de Jesus, siga-a.
Aceite a direção do Espírito Santo, mas não vá na frente do Espírito Santo. O Senhor Jesus nos prometeu o Espírito para nos ensinar e nos guiar.
Principais obstáculos ao desenvolvimento do discernimento espiritual: (Hb 5: 11-14)
1) Entorpecimento espiritual
2) Recusa em crescer
3) Falta de fundamentos básicos
4) Dependência
5) Ignorância (Jonas 4)
6) Manter baixos padrões espirituais
- - Estilo de vida de compromisso
- - Relações estreitas com crentes carnais
- - Falta de estabilidade espiritual
- - Falta de compromisso com a vida espiritual
Os cristãos devem buscar discernimento na para:
- a. Ser Simples (ingênuo) - "prudência"
- b. Conhecer - "conhecimento e discrição"
- c. Ser sábio - "maior aprendizado"
- d. Ter compreensão - "conselho sábio"
Discernimento para viver Resgatando o tempo
- Ganhando tempo
- Inclui preparação (2 Timóteo 2:15; 2 Pedro 1:10)
- Aproveitando as oportunidades (1 Pedro 3:15)
- O andar de um cristão deve ser o andar da sabedoria. Efésios 5: 15-17
Benefícios do discernimento espiritual:
- -tomar decisões que honrem a Deus
- -vivendo na verdade da Palavra de Deus
- -mantendo a pureza
- -proteção de nossas vidas, igrejas e ministérios
- -eficácia no cumprimento do chamado de Deus
- -plenitude de sabedoria
Viva com discernimento
Uma metáfora para conduta adequada (cf. Ef 5:15)
- “Circunspecta” = exato (cf. 1 Pedro 2: 11-12)
- Seja um exemplo digno (Fp 2: 14-16)
Veja também:
O Discernimento como caminho para o bem-estar espiritual Provérbios 3: 1-2
- Implica a necessidade de continuidade (João 14: 21-24; Tiago 1:25; Atos 2:42; 1 Timóteo 4:16)
- Toda obediência deve vir de coração (Romanos 6: 16-18; Efésios 6: 6; Colossenses 3:23)
- Prolongamento da vida (Provérbios 3:16; 4:10; 9:11; 10:27)
- Melhor qualidade de vida - felicidade e prazer (Salmo 30: 5; João 10:10)
- Shalom - prosperidade, saúde e abundância (Romanos 14:17)
Como podemos traduzi-los em nossa própria aplicação pessoal?
• Romanos 10:17: a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo.
• Gálatas 5:6: tudo o que importa é a fé operando através do amor.
• Assim sabemos que chegamos à fé ouvindo e aceitando a Palavra de Deus.
Mas como passamos da escuta e da aceitação da Palavra de Deus no Evangelho para a vivência da fé no amor?
• É isso que precisamos descobrir.
• O processo pelo qual passamos de ouvir e aceitar a viver a mensagem é o processo de aplicação.
• Procurar aplicar a mensagem à vida é crucial.
• O Cristianismo como apenas um conjunto de ideias interessantes ou mesmo boas, ou uma bela filosofia, é lamentavelmente insuficiente;
• Uma fé meramente acadêmica está morta (Tiago 2:14-26)
Aplicando a mensagem
• A grande maioria da variação na fé e na prática cristã é em termos de aplicação!
• A Bíblia foi escrita para pessoas há milhares de anos, para pessoas de diferentes culturas.
• O que absorvemos diretamente, o que aprendemos com o exemplo e o que devemos evitar?
• Estas são questões sérias que devemos considerar.
Consideremos como devemos aplicar a mensagem de Deus à vida.
• João 7:24: Jesus exorta os judeus a não julgarem pelas aparências, mas a julgarem com julgamento justo.
• Isto vai ao cerne daquilo que é necessário para aplicar o Evangelho à vida: o discernimento!
• Entendemos que devemos seguir os mandamentos de Jesus (1 João 2:3-5).
• Reconhecemos que os exemplos ilustram e muitas vezes fornecem um padrão (1 João 2:6)
• Haverá momentos em que teremos que fazer as inferências necessárias ou usar o raciocínio dedutivo.
• No entanto, em todas estas coisas ainda seremos confrontados com o grande desafio de todas as épocas:
É também por isso que Tiago nos exorta a orar a Deus por sabedoria (Tiago 1:5):
• Deus fornecerá sabedoria, compreensão e discernimento se confiarmos verdadeiramente Nele.
• No entanto, talvez façamos bem em considerar que a flexibilidade é uma virtude, não uma falha!
• As verdades fundamentais do Cristianismo são atemporais;
• O padrão de santidade e justiça de Deus é atemporal; mas a forma como as pessoas olham, falam, pensam, as suas ênfases, etc., mudaram ao longo do tempo.
Portanto, o discernimento é necessário!
• Devemos discernir nosso contexto:
• Que partes do Evangelho consideramos “naturalmente” facilmente aceitáveis?
• Que aspectos são dificultados por causa de valores culturais ou sociais?
• Devemos discernir o que é melhor enfatizar:
• Não apenas falar o que as pessoas querem ouvir é bom (2 Timóteo 4:3-4),
• Não apenas enfatizando rabugentamente pontos de desacordo para repelir qualquer debate (Colossenses 4:5-6).
Há momentos e épocas para discernir como encorajar aqueles que estão de fora no Evangelho, mas apenas para exortá-los à fé e à obediência a Cristo (Romanos 1:5, 16);
• De que adianta denunciar os outros pelas suas deficiências e limitações sem referência às nossas (Mateus 7:1-4)?
• Nosso discernimento deve estar sempre enraizado em Cristo e informado pela revelação de Deus nas Escrituras (Colossenses 2:1-10, 2 Timóteo 3:14-16),
• E devemos procurar fazer todas as coisas para a glória de Deus, de acordo com Seu caráter e vontade (Romanos 14:6-8; 1 Coríntios 10:31; 1 Pedro 4:11).
Somos fortemente encorajados nas Escrituras a dar ouvidos à sabedoria, a aplica rnosso coração ao entendimento e clamar por discernimento. Se procurarmos diligentemente sabedoria e perspicácia (como para um tesouro escondido, ou algo muito valioso para nós pessoalmente), então vamos “entender o temor do Senhor e achar o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca procede o conhecimento e entendimento” (Provérbios 2:1-6). O salmista no Salmo 119:125 fornece um bom exemplo para nós: “Sou teu servo; dá-me discernimento para que eu possa compreender os teus estatutos”.
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Autor: Ronaldo G. Silva é Bacharel em Teologia e Professor de Homilética sendo Pós-Graduado em Educação pela UFF. Entusiasta do trabalho de evangelização e divulgação da Palavra de Deus.